Hoje, Quintana, recomendável para o fim de tarde. Com café e quitanda.


Bilhete
Se tu me amas, ama-me baixinho
Não o grites de cima dos telhados
Deixa em paz os passarinhos
Deixa em paz a mim!
Se me queres,
enfim,
tem de ser bem devagarinho, Amada,
que a vida é breve, e o amor mais breve ainda...



Poeminha Sentimental
O meu amor, o meu amor, Maria
É como um fio telegráfico da estrada
Aonde vêm pousar as andorinhas...
De vez em quando chega uma
E canta (Não sei se as andorinhas cantam, mas vá lá!)
Canta e vai-se embora
Outra, nem isso,
Mal chega, vai-se embora.
A última que passou
Limitou-se a fazer cocô
No meu pobre fio de vida!
No entanto, Maria, o meu amor é sempre o mesmo:
As andorinhas é que mudam.


mÁRIO qUINTANA
Alegrete, 30 de julho de 1906 —
Porto Alegre, 5 de maio de 1994.
Poeta, jornalista, tradutor de letras e de almas.
cOLABORADORA:

ps. Quitanda são todas as bolachas, biscoitos e bolos deliciosos que saem da cozinha mineira.

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