Aos dezesseis anos comprei uma agenda que tinha um poema para cada da semana. Foi aí que descobri que não era preciso ajoelhar para ler poesia: joguei o milho fora e comi o Lemisnk, sem sal.
Como os poemas são curtos, coma vários de um vez.

Amor, então,
também acaba?
Não, que eu saiba.
O que eu sei
é que se transforma numa matéria-prima
que a vida se encarrega
de transformar em raiva.
Ou em rima.

Moinho de versos
movido a vento
em noites de boemia
vai vir o dia
quando tudo que eu diga
seja poesia.

Podem ficar com a realidade
esse baixo astral em que tudo entra pelo cano
eu quero viver de verdade
eu fico com o cinema americano.
Quero a vitória
do time de várzea
valente
covarde
a derrota
do campeão
5 X 0
em seu próprio chão
circo
dentro
do pão.





Paulo Lemisnk:
Nasceu em 1944, em Curitiba.
Publicou prosa, poesia, contos e crônicas.
Samurai, professor, poeta, amante e perdido.
Colaboradora:

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