Feliz frisete!


Hoje o frisete completa 1 ano.

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A escolha de hoje é Ferreira Gullar. Ele já apareceu por aqui e acho que continuará aparecendo nos próximos dias porque estou lendo suas obras completas, finalmente. Só posso dizer: leia Gullar antes de morrer.


Galo galo

O galo
no saguão quieto.


Galo galo
de alarmante crista, guerreiro,
medieval.


De córneo bico e
esporões, armado
contra a morte, passeia.


Mede os passos. Pára.
Inclina a cabeça coroada
dentro do silêncio
- que faço entre coisas?
- de que me defendo?


Anda
no saguão.
O ciumento esquece
o seu último passo.


Galo: as penas que
florescem da carne silenciosa
e o duro bico e as unhas e o olho
sem amor. Grave
solidez.
Em que se apóia
tal arquitetura?


Saberá que, no centro
de seu corpo, um grito
se elabora?


Como porém, conter,
uma vez concluído,
o canto obrigatório?


Eis que bate as asas, vai
morrer, encurva o vertiginoso pescoço
donde o canto rubro escoa.


Mas a pedra, a tarde,
o próprio feroz galo
subsistem ao grito


Vê-se: o canto é inútil.


O galo permanece – apesar
de todo o seu porte marcial –
só, desamparado,
num saguão do mundo. Pobre ave guerreira!


Outro grito cresce
agora no sigilo
de seu corpo; grito
que, sem essas penas
e esporões e crista
e sobretudo sem esse olhar
de ódio,
não seria tão roucoe sangrento.


Grito, fruto obscuro
e extremo dessa árvore: galo.
Mas que, fora dele, é mero complemento de auroras.



fERREIRA gULLAR
Ele mostra um entre das coisas.
Entre o mundo natural e este construído
há o mundo da poesia.
Parece-me que o poeta habita este entre. Sei lá.


cOLABORADORA:




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Polyvore

Quando eu era criança adorava aquelas revistinhas que vinham com um monte de roupinha de papel para colocar na bonequinha, pirava nas combinações e passava horas divertindo.


Hoje achei no blog da revista Tpm, uma brincadeirinha semelhante: Polyvore é um site onde existem várias possibilidades para montar looks, ótima diversão e também uma ferramenta para montar referências de moda.


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:*

Achei este link no Bonito Isso. Everybody loves kiss. Ai ai ai vale a pena.

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Nestor Jr.

Não sei muito sobre o moço, só sei que é ótimo ilustrador e que faz coisas bacanas! Peças para brechó, bottons, ilustrações. Diversão garantida e de quebra umas fotinhas dele que é um gato. Tudo isto aqui.


Dica: Marina.

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Los hermanos


Vai passar no Multishow, nesta quinta, dia 28/08, a gravação do último show dos caras em 2007. Vai dar saudade demais!!!

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A escolha de hoje revela a solidão de uma sexta chuvosa.


morar só

você no banho
o disco arranhado
rastros molhados



Nunca vi Ana só
Sempre vem junto
Maria, Paula ou Cristina
Ao meu acompanha Cláudia
E estou sempre sozinha.
aNA cLÁUDIA pRADO
a apresentação abaixo foi feita
por minha amiga amada idolatrada
salve salve Belíssima.Logo, desconfiem

cOLABORADORA, aUTORA, aPRESENTADORA e mODELO:

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Festival Mundial de Circo do Brasil


Nos dias 29, 30 e 31 de agosto vai rolar no Parque Municipal, o Festival Mundial de Circo do Brasil. Não percam.


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A quoi ça sert l'amour?

Dica: Thais.

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Andei pela estrada afora e não pude publicar o "Poemas de Quinta" no dia que deveria, mas hoje também é um belo dia para a alegria. (Bella)


A escolha de hoje é uma moça hermética, que escreveu pouco, mas muito fundo. Poesia com gosto e língua de hoje.


Nada, Esta Espuma
Por afrontamento do desejo
insisto na maldade de escrever
mas não sei se a deusa sobe à superfície
ou apenas me castiga com seus uivos.
Da amurada deste barco quero tanto os seios da sereia.

olho muito tempo o corpo de um poema
até perder de vista o que não seja corpo
e sentir separado dentre os dentes
um filete de sangue
nas gengivas.

Um Beijo
que tivesse um blue.
isto é
imitasse feliz
a delicadeza, a sua,
assim como um tropeço
que mergulha surdamente
no reino expresso
do prazer
Espio sem um ai
as evoluções do teu confronto
à minha sombra
desde a escolha
debruçada no menu;
um peixe grelhado
um namorado
uma água
sem gás
de decolagem:
leitor ensurdecido
talvez embevecido
"ao sucesso"
diria meu censor
"à escuta"
diria meu amor
sempre em blue
mas era um blue
feliz
indagando só
"what's new"
uma questão
matriz
desenhada a gizentre um beijo
e a renúncia intuídade outro beijo.
A Ponto de Partir
A ponto de
partir, já sei
que nossos olhos
sorriam para sempre
na distância.
Parece pouco?
Chão de sal grosso, e ouro que se racha.
A ponto de partir, já sei que nossos
olhos sorriem na distância.
Lentes escuríssimas sob os pilotis.

aNA cRISTINA cÉSAR
Gostava de ser chamada de Ana C. Nasceu em 1952, no Rio de Janeiro.
Saiu “mocinha” do Brasil em 68 e foi para Londres.
Rodou a Europa.Parou de ir à missa.Participou dos movimentos
underground de 70, publicando poesia
em jornais alternativos, produzidos
em mimeógrafos! Vento do novo na poesia.

Cansou-se deste mundo e se matou em 83.


cOLABORADORA:


+
um amigo, que está em Portugal, lembrou-me de tardes lindas, banhadas a Ana C., Grécia arcaica, literatura fantástica e artigos proibidos.
Para você, Salmer.

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arte.mov



Estão abertas as inscrições para a 3ª edição do Vivo arte.mov - Festival Internacional de Mídias Móveis.

As inscrições para a o Prêmio Especial Mídias Locativas podem ser feitas até 05/09 e para Mostra Competitiva até 04/10, através do site oficial do festival.

O Vivo arte.mov acontece de 21 a 25 de novembro, em Belo Horizonte, com realização de eventos em cinco capitais brasileiras: Recife, Porto Alegre,Brasília, Manaus e Rio de Janeiro.



Dica: Thais.

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Poemas de Quinta Especial Dia dos Pais

A escolha é uma homenagem aos pais, na verdade a meu pai. Acho que ele queria mesmo ser um matuto, vive fingindo que é, e adora toda prosa que venha cheia do olhar limpo de quem trabalha a terra.

Famigerado

Foi de incerta feita — o evento. Quem pode esperar coisa tão sem pés nem cabeça? Eu estava em casa, o arraial sendo de todo tranqüilo. Parou-me à porta o tropel. Cheguei à janela.


Um grupo de cavaleiros. Isto é, vendo melhor: um cavaleiro rente, frente à minha porta, equiparado, exato; e, embolados, de banda, três homens a cavalo. Tudo, num relance, insolitíssimo. Tomei-me nos nervos. O cavaleiro esse — o oh-homem-oh — com cara de nenhum amigo. Sei o que é influência de fisionomia. Saíra e viera, aquele homem, para morrer em guerra. Saudou-me seco, curto pesadamente. Seu cavalo era alto, um alazão; bem arreado, ferrado, suado. E concebi grande dúvida.


Nenhum se apeava. Os outros, tristes três, mal me haviam olhado, nem olhassem para nada. Semelhavam a gente receosa, tropa desbaratada, sopitados, constrangidos coagidos, sim. Isso por isso, que o cavaleiro solerte tinha o ar de regê-los: a meio-gesto, desprezivo, intimara-os de pegarem o lugar onde agora se encostavam. Dado que a frente da minha casa reentrava, metros, da linha da rua, e dos dois lados avançava a cerca, formava-se ali um encantoável, espécie de resguardo. Valendo-se do que, o homem obrigara os outros ao ponto donde seriam menos vistos, enquanto barrava-lhes qualquer fuga; sem contar que, unidos assim, os cavalos se apertando, não dispunham de rápida mobilidade. Tudo enxergara, tomando ganho da topografia. Os três seriam seus prisioneiros, não seus sequazes. Aquele homem, para proceder da forma, só podia ser um brabo sertanejo, jagunço até na escuma do bofe. Senti que não me ficava útil dar cara amena, mostras de temeroso. Eu não tinha arma ao alcance. Tivesse, também, não adiantava. Com um pingo no i, ele me dissolvia. O medo é a extrema ignorância em momento muito agudo. O medo O. O medo me miava. Convidei-o a desmontar, a entrar.


Disse de não, conquanto os costumes. Conservava-se de chapéu. Via-se que passara a descansar na sela — decerto relaxava o corpo para dar-se mais à ingente tarefa de pensar. Perguntei: respondeu-me que não estava doente, nem vindo à receita ou consulta. Sua voz se espaçava, querendo-se calma; a fala de gente de mais longe, talvez são-franciscano. Sei desse tipo de valentão que nada alardeia, sem farroma. Mas avessado, estranhão, perverso brusco, podendo desfechar com algo, de repente, por um és-não-és. Muito de macio, mentalmente, comecei a me organizar. Ele falou:


"Eu vim preguntar a vosmecê uma opinião sua explicada..."


Carregara a celha. Causava outra inquietude, sua farrusca, a catadura de canibal. Desfranziu-se, porém, quase que sorriu. Daí, desceu do cavalo; maneiro, imprevisto. Se por se cumprir do maior valor de melhores modos; por esperteza? Reteve no pulso a ponta do cabresto, o alazão era para paz. O chapéu sempre na cabeça. Um alarve. Mais os ínvios olhos. E ele era para muito. Seria de ver-se: estava em armas — e de armas alimpadas. Dava para se sentir o peso da de fogo, no cinturão, que usado baixo, para ela estar-se já ao nível justo, ademão, tanto que ele se persistia de braço direito pendido, pronto meneável. Sendo a sela, de notar-se, uma jereba papuda urucuiana, pouco de se achar, na região, pelo menos de tão boa feitura. Tudo de gente brava. Aquele propunha sangue, em suas tenções. Pequeno, mas duro, grossudo, todo em tronco de árvore. Sua máxima violência podia ser para cada momento. Tivesse aceitado de entrar e um café, calmava-me. Assim, porém, banda de fora, sem a-graças de hóspede nem surdez de paredes, tinha para um se inquietar, sem medida e sem certeza.


— "Vosmecê é que não me conhece. Damázio, dos Siqueiras... Estou vindo da Serra..."Sobressalto. Damázio, quem dele não ouvira? O feroz de estórias de léguas, com dezenas de carregadas mortes, homem perigosíssimo. Constando também, se verdade, que de para uns anos ele se serenara — evitava o de evitar. Fie-se, porém, quem, em tais tréguas de pantera? Ali, antenasal, de mim a palmo! Continuava:


— "Saiba vosmecê que, na Serra, por o ultimamente, se compareceu um moço do Governo, rapaz meio estrondoso... Saiba que estou com ele à revelia... Cá eu não quero questão com o Governo, não estou em saúde nem idade... O rapaz, muitos acham que ele é de seu tanto esmiolado...


"Com arranco, calou-se. Como arrependido de ter começado assim, de evidente. Contra que aí estava com o fígado em más margens; pensava, pensava. Cabismeditado. Do que, se resolveu. Levantou as feições. Se é que se riu: aquela crueldade de dentes. Encarar, não me encarava, só se fito à meia esguelha. Latejava-lhe um orgulho indeciso. Redigiu seu monologar.


O que frouxo falava: de outras, diversas pessoas e coisas, da Serra, do São Ão, travados assuntos, inseqüentes, como dificultação. A conversa era para teias de aranha. Eu tinha de entender-lhe as mínimas entonações, seguir seus propósitos e silêncios. Assim no fechar-se com o jogo, sonso, no me iludir, ele enigmava: E, pá:


— "Vosmecê agora me faça a boa obra de querer me ensinar o que é mesmo que é: fasmisgerado... faz-megerado... falmisgeraldo... familhas-gerado...?


Disse, de golpe, trazia entre dentes aquela frase. Soara com riso seco. Mas, o gesto, que se seguiu, imperava-se de toda a rudez primitiva, de sua presença dilatada. Detinha minha resposta, não queria que eu a desse de imediato. E já aí outro susto vertiginoso suspendia-me: alguém podia ter feito intriga, invencionice de atribuir-me a palavra de ofensa àquele homem; que muito, pois, que aqui ele se famanasse, vindo para exigir-me, rosto a rosto, o fatal, a vexatória satisfação?


— "Saiba vosmecê que saí ind'hoje da Serra, que vim, sem parar, essas seis léguas, expresso direto pra mor de lhe preguntar a pregunta, pelo claro...


"Se sério, se era. Transiu-se-me.


— "Lá, e por estes meios de caminho, tem nenhum ninguém ciente, nem têm o legítimo — o livro que aprende as palavras... É gente pra informação torta, por se fingirem de menos ignorâncias... Só se o padre, no São Ão, capaz, mas com padres não me dou: eles logo engambelam... A bem. Agora, se me faz mercê, vosmecê me fale, no pau da peroba, no aperfeiçoado: o que é que é, o que já lhe perguntei?"Se simples. Se digo. Transfoi-se-me. Esses trizes:


Famigerado?


"Sim senhor..." — e, alto, repetiu, vezes, o termo, enfim nos vermelhões da raiva, sua voz fora de foco. E já me olhava, interpelador, intimativo — apertava-me. Tinha eu que descobrir a cara. — Famigerado? Habitei preâmbulos. Bem que eu me carecia noutro ínterim, em indúcias. Como por socorro, espiei os três outros, em seus cavalos, intugidos até então, mumumudos. Mas, Damázio:


— "Vosmecê declare. Estes aí são de nada não. São da Serra. Só vieram comigo, pra testemunho..."Só tinha de desentalar-me. O homem queria estrito o caroço: o verivérbio.— Famigerado é inóxio, é "célebre", "notório", "notável"...


— "Vosmecê mal não veja em minha grossaria no não entender. Mais me diga: é desaforado? É caçoável? É de arrenegar? Farsância? Nome de ofensa?"


— Vilta nenhuma, nenhum doesto. São expressões neutras, de outros usos...


— "Pois... e o que é que é, em fala de pobre, linguagem de em dia-de-semana?"


— Famigerado? Bem. É: "importante", que merece louvor, respeito...


— "Vosmecê agarante, pra a paz das mães, mão na Escritura?"Se certo! Era para se empenhar a barba. Do que o diabo, então eu sincero disse:


— Olhe: eu, como o sr. me vê, com vantagens, hum, o que eu queria uma hora destas era ser famigerado — bem famigerado, o mais que pudesse!...


— "Ah, bem!..." — soltou, exultante.Saltando na sela, ele se levantou de molas. Subiu em si, desagravava-se, num desafogaréu. Sorriu-se, outro.


Satisfez aqueles três: — "Vocês podem ir, compadres. Vocês escutaram bem a boa descrição..." — e eles prestes se partiram. Só aí se chegou, beirando-me a janela, aceitava um copo d'água. Disse: — "Não há como que as grandezas machas duma pessoa instruída!" Seja que de novo, por um mero, se torvava? Disse: — "Sei lá, às vezes o melhor mesmo, pra esse moço do Governo, era ir-se embora, sei não..." Mas mais sorriu, apagara-se-lhe a inquietação. Disse: — "A gente tem cada cisma de dúvida boba, dessas desconfianças... Só pra azedar a mandioca..." Agradeceu, quis me apertar a mão. Outra vez, aceitaria de entrar em minha casa. Oh, pois. Esporou, foi-se, o alazão, não pensava no que o trouxera, tese para alto rir, e mais, o famoso assunto.


Famigerado = do Lat. famigeratu adjetivo: que tem fama; célebre; famoso.




jOÃO gUIMARÃES rOSA
Já apareceu por aqui.
É tão literário que a cidade onde
nasceu se chama Cordisburgo!
cOLABORADORA:

+
1. O Guimarães Rosa é meu segundo pai.
2. Não se assuste com tantas palavras estranhas e marcadas em vermelho. É que a máquina só entende de dicionário. O Rosa fala a língua dos bichos, das flores, das pedras e dos homens. Pobre máquina...

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David Graas


David Graas é um artista holandês que transforma materiais comuns em peças inusitadas e divertidas. O que mais me chamou atenção foram as peças feitas de papelão, como luminárias, cadeiras, bancos e mesas. Super criativo!


"In my work I try to transform ordinary shapes and materials into extra-ordinary objects. I see a challengein looking at ordinary materials, or better, materials that are not perceived as valuable and change thataround. Looking for the extra-ordinary in the ordinary is also a way to maximize my own influence. If forinstance the material is not very special, the attractiveness of the product is more depending on the designitself."

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Kika Alvarenga


Tô ensaiando este post há alguns dias, quero fazer com cuidado e carinho, pois a Kika é muito legal. A Kika Alvarenga é uma designer que passou pelas Artes Plásticas, Moda e agora se dedica ao design de jóias.


Ela começou de uma forma autodidata, fazendo peças por intuição e a glamurosa essência que Deus lhe deu. Hoje ela cursa um mestrado na Central Saint Martins parte da London College of Arts , se arrisca pelo mundo e o resultado é jóia rara.

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Hoje não é dia de "Poemas de Quinta", mas mesmo assim vai um. Pois hoje é dia de recomeçar, é segunda, é Agosto, é de novo.


O verbo no infinito
Ser criado, gerar-se, transformar
O amor em carne e a carne em amor; nascer
Respirar, e chorar, e adormecer
E se nutrir para poder chorar

Para poder nutrir-se; e despertar,
Um dia à luz e ver, ao mundo e ouvir
E começar a amar e então sorrir
E então sorrir para poder chorar.

E crescer, e saber, e ser, e haver
E perder, e sofrer, e ter horror
De ser e amar, e se sentir maldito

E esquecer tudo ao vir um novo amor
E viver esse amor até morrer
E ir conjugar o verbo no infinito…

carlos drummond

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